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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Estratégia de Marketing Eleitoral de Aécio Neves

Quem mora em Belo Horizonte, provavelmente nessas últimas semanas recebeu em casa uma ligação diferente: a do ex-governador Aécio Neves. Eu, num sábado na hora do almoço, super distraída, e com zero de paciência para operadores de telemarketing, já estava quase desligando o telefone quando descobri do que se tratava. A ligação começa com a voz de um homem, desconhecido a princípio, falando: "Oi, tudo bem?". Pausa dramática para resposta do ouvinte (que geralmente responde "tudo"). "Aqui e o Aécio Neves". Ahh... A partir dessa introdução, o ex-governador começa a explicar o motivo da ligação pedindo votos para o candidato Anastasia. A conclusão que cheguei ao conversar com as pessoas que receberam essa ligação foi que todos a consideraram simpática e não incômoda.

Então, qual a estratégia utilizada para deixar esse sentimento que se mostra o oposto do que sentimos pelos operadores de telemarketing? São nichos totalmente diferentes, mas que falam com o mesmo tipo de pessoa, lançando mão da mesma estratégia. Uma apenas se mostrou mais inteligente e menos chata do que a outra. Acredito que existe um limite na propaganda entre o inovador e o simples mau gosto.

Em comum, todos os consumidores, eleitores, cidadãos têm o desejo de serem tratados com respeito, seja comprando uma banana ou votando em um. Não importa o target, se rico, pobre, novo, velho. Não queremos sentir que estão nos considerando trouxas desde o inicio de uma possível relação, seja em uma campanha eleitoral, ou em um primeiro contato telefônico para vender um produto.

Em campanhas eleitorais, temos um leque de maus exemplos desse assunto. Os meninos que trabalham comigo me mostraram um vídeo de uma campanha eleitoral que jurei que era viral. Aquele, do tal candidato se apresentando em situações “sensuais”, sabe? Eles tiveram que entrar no site do TSE para me comprovar que o cara é mesmo candidato. Ainda que ele tenha conseguido a mídia que queria com a brincadeira (e possa até ser eleito), este candidato está assumidamente tratando de um assunto de extrema seriedade em um tom de deboche. E a gente não devia estar acostumado com isso do jeito que estamos.

Este foi o diferencial que senti da ligação do Aécio Neves, no sentido de que apesar de engraçadinha, seu modo de apresentação foi elegante e sem desrespeito ao cidadão.

Nessa época de campanhas, acredito que podemos comparar os eleitores a consumidores, uma vez que ambos estão comprando um produto. Enquanto o consumidor leva algo físico, o eleitor esta comprando um político e tudo o que ele promete. Como em qualquer relação de consumo, leva quem se vender melhor.

A diferença é que com o produto físico os consumidores sabem quanto ele custa. Já para o eleitor o preço não é anunciado. Compra-se no escuro, acreditando na propaganda. E dependendo da quantidade de descaso do eleitor e deboche do candidato, o preço a se pagar ficará muito alto.
 
por Carlos Henrique Vilela
http://www.chmkt.com.br/2010/08/ligacao-do-aecio.html
 

PS: Em época de MÍDIA ON até que ele conseguiu ser "diferente" - Hélida Costa

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